Produzido na hipófise anterior, o GH é um hormônio polipeptídico, hidrossolúvel e com tendência a se ligar a uma proteína plasmática no sangue. Sua secreção é pulsátil, o que quer dizer que ele possui picos de produção durante o dia, e seus maiores pulsos são: durante a noite (duas primeiras horas do sono profundo) e durante a prática de exercício físico intenso, em uma vida inteira, a fase na qual o ser humano mais produz esse hormônio é na puberdade. Diferente dos outros hormônios hipofisários, o GH não exerce seus efeitos por meio de glândulas, e sim age diretamente sobre quase todos os tecidos do organismo.
Dentre as suas principais ações no corpo estão: o aumento da síntese de proteínas, aumento da mobilização de gordura do tecido adiposo e redução da utilização de glicose pelo organismo, ambas são resultados de diversos fatores menores que fazem com que tal feito aconteça, por exemplo, um dos responsáveis pelo aumento da síntese proteica é o aumento direto, produzido pelo hormônio do crescimento, do transporte de aminoácidos para dentro da célula.
“O Hormônio do Crescimento Aumenta a Utilização das Gorduras como Fonte de Energia”. Pra você que pensou ter descoberto o segredo para queimar gordura e ficar “trincado” eu te digo, não é tão simples assim. O GH sim utiliza gordura como fonte de energia preferencialmente, porém quando ocorre a liberação da mesma do tecido adiposo, ela é encaminhada para a corrente sanguínea, o que pode levar além da deposição de gordura no fígado, o corpo a um quadro de cetose.
Agora, falando em carboidratos, a somatotropina (sinônimo de Gh) age causando a redução da captação de glicose pelos tecidos e aumentando a produção de glicose pelo fígado (glicose essa resultante da conversão de gordura), e, se há grande quantidade de glicose produzida e esta não é captada pelos tecidos, o resultado é grande concentração da mesma no sangue, meu amigo amante dos estudos, o que acontece quando temos glicose livre em nossa corrente sanguínea? Isso mesmo, produção de insulina, todo esse quadro produzido pelo hormônio do crescimento em relação aos carboidratos leva à “resistência à insulina”, são os chamados efeitos diabetogênicos, que produzem alterações no organismo semelhantes a diabetes tipo II.
Lembrando, se a quantidade de GH de um indivíduo estiver dentro do quadro fisiológico normal, ele não será acometido por esses efeitos colaterais patológicos pois o corpo possui seus mecanismos de controle.
Fatores Estimulantes da Secreção de GH:
- Baixa concentração de ácidos graxos no sangue;
- Hipoglicemia;
- Jejum;
- Trauma/Estresse/Excitação;
- Testosterona/Estrogênio;
- Sono Profundo;
- GHRH (Hormônio Liberador do hormônio do crescimento).
Fatores Inibitórios da Secreção de GH:
- Alta concentração de ácidos graxos no sangue;
- Hiperglicemia;
- Envelhecimento;
- Obesidade;
- GH exógeno;
- Somatostatina (GHIH) e Somatomedinas (IGF’s).
Texto: Rafael Dias Camargos.
Referência Bibliográfica: HALL, John. Guyton & Hall: Tratado de Fisiologia Médica. 12ª ed.
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